28 giugno 2008

1958: Il tifo radiofonico del Brasile mondiale

O Povo di Fortaleza intervista a Rio de Janeiro José Carlos Asbeg, regista di un documentario che celebra il mezzo secolo dall'affermazione della nazionale brasiliana al campionato del mondo di calcio, Svezia '58. A contorno, il giornale pubblica una rievocazione di un'epoca in cui il tifo calcistico era solo radiofonico. A Fortaleza il pubblico si riuniva in Praça do Ferreira per ascoltare dagli altoprlanti le radiocronache di Radio Banderaintes, che trasmetteva in catena per tutto il Brasile le partite e per questo era diventata per tutti la Cadeia Verde-Amarela, la catena giallo-verde.
Per Asbeg il 1958 fu l'anno in cui il resto del mondo scoprì il Brasile. Il suo film raccoglie le interviste ai giocatori della storica finale vinta contro i padroni di casa svedesi. L'assenza cospicua è quella di Pelé, il regista ammette con rammarico di non essere riuscito a fissare un appuntamento con il giocatore simbolo di un secolo di calcio.



SÓ DE OUVIR
Torcida pelas ondas do rádio

Roberto Leite
da Redação

Em 1958, o fortalezense só tinha o rádio para acompanhar os jogos da Seleção brasileira na Copa do Mundo. Sem o recurso da televisão, as transmissão radiofônicas eram responsáveis por emocionar e transportar o ouvinte à Suécia, onde o escrete atuava

28/06/2008

Clique para ampliar foto Praça do Ferreira nos anos 50, o local preferido para a torcida acompanhar os jogos do Brasil na Copa (Banco de dados)
O clima na Praça do Ferreira começava a esquentar cedo naqueles idos de 1958. E não por causa da temperatura de Fortaleza, sempre acima dos 30 graus. Mas pelo acúmulo de pessoas em frente a um grande placar, situado na esquina das ruas Major Facundo e Guilherme Rocha. Lá, podia se ver os resultados dos jogos da Copa do Mundo. No sistema de auto-falantes, o narrador Pedro Luiz soltava o gogó na partida com a União Soviética.
"A cada gol, as pessoas pulavam, soltavam fogos. Era uma verdeira festa!", relembra o pesquisador Miguel Ângelo de Azevedo - o Nirez. Ele lembra que a televisão estava longe de chegar ao Ceará, e assim, o rádio era a única forma de acompanhar os jogos. "Na época, a Rádio Bandeirantes transmitia em cadeia para quase todo o Brasil. Era a Cadeia Verde-Amarela."
Cristiano Câmara, também pesquisador, explica que o rádio criava um espaço lúdico com relação à Seleção brasileira. "Os narradores esportivos criavam uma verdadeira imagem mítica dos jogadores e do que acontecia lá", explica. Quem concorda é Nirez. "A transmissão era como se fossem os nossos olhos lá no campo."

Medo da derrota
O Brasil ainda guardava o rescaldo das campanhas de 1950 e 1954, quando a Seleção voltou para casa sem o tão sonhado título mundial. "Em 50, fez-se uma festa antes da hora. E o Uruguai foi lá e tomou o título da gente. Mas os brasileiros entraram em campo meio que de sapato alto, sabe?", recorda Cristiano Câmara. Nirez pontua que em 54, o escrete sentiu a pressão também. "Nós fomos para (a Copa de) 54 e paramos ali na Hungria (o Brasil foi eliminado pelo húngaros nas quartas-de-final, por 4x2)."
"Então, o torcedor sempre tinha o desejo de acompanhar um titulo mundial", lembra Cristiano Câmara. E naquele ano, a cada vitória, o torcedor cearense renovava as esperanças. E sempre perto do rádio. "As famílias se reuniam, convidavam os amigos. Era aquela festa!" Outras, como Nirez bem lembra, iam para a Praça do Ferreira, acompanhar o som no auto-falante o telão com o placar dos jogos.

Imaginário
"A gente acreditava em tudo que o rádio dizia. Então, cada lance era uma grande emoção", diz Nirez. Ao que Cristiano Câmara reforça. "O rádio é dinâmico. Então você fica ali escutando. Cada lance é como se fosse o último e fica se esperando aquele jogador milagroso, salvador, que vai fazer em um minuto o que não se fez em 90."
As imagens dos jogos só seriam vistas dias depois, em narrações antes dos filmes, no Cine São Luiz. Mas aí o torcedor já havia gritado, comemorado e mais do que isso, imaginado. Trazido a Suécia para dentro de casa, através das narrações do rádio. Emocionado-se como qualquer um dos torcedores que presenciaram ao vivo as vitórias brasileiras.

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