31 maggio 2008

I primi 50 anni di Radio Nacional Brasilia

Radio Nacional Brasilia compie oggi 50 anni celebrandoli con un bellissimo sito di materiali d'archivio. Come scrive Morillo Carvalho nel suo articolo per Agência Brasil, la stazione in onde medie è più antica della città che la ospita!
Rádio Nacional de Brasília comemora 50 anos com hotsite e homenagens a pioneiros

Morillo Carvalho Repórter da Agência Brasil



Brasília - Mais antiga que a cidade que a sedia, a Rádio Nacional de Brasília completa 50 anos amanhã (31). Para comemorar a data, homenagens aos pioneiros que não trabalham mais na rádio, aos antigos funcionários que permanecem na empresa e aos ouvintes mais fiéis foram realizadas hoje (30) na redação da emissora. Muitas histórias destes 50 anos estão em um hotsite, também lançado hoje, para comemorar o aniversário.
Quem acompanhou todas essas histórias foi a dona de casa Lourdes Martins Soares. Aos 67 anos, ela é ouvinte desde que a emissora entrou no ar e sabe o nome e a data de aniversário de cada apresentador. Participante ativa dos programas, nunca deixou de ir à sede da rádio prestigiar os programas ou reclamar com os diretores, quando não gostava de alguma mudança.
“A Rádio Nacional é a mãe de todas, é a melhor que tem. É só o ouro!”, resume. “Só está faltando aquela potência de quando [a rádio] começou, que era de 600 quilos [quilowatts de potência]. Agora, tem lugar lá em Minas que não pega, a gente não consegue”, reclama. Ela diz que tem saudades. “Saudades daqueles que se foram, que deram tanta alegria, mas eu torço pelos novos”.
Hoje, a potência da rádio é de 50 quilowatts durante o dia e de 600 quilowatts durante a noite e a madrugada.
Entre os homenageados do dia, estava o ex-locutor do Madrugada Nacional Adelcio Ramos. O programa, segundo Ramos, foi o primeiro a ter programação ao vivo durante o período noturno e, até hoje, continua no ar. O locutor ficou na rádio de 1979 a 2003, quando se aposentou.
“Logo que o programa começou, conseguimos uma boa audiência nacional e internacional. Recebíamos cartas do Brasil e também de outros continentes”, conta. Para ele, um dos melhores momentos que viveu na rádio foi a cobertura da primeira visita do Papa ao Brasil, em 1980. “A cobertura foi retransmitida por todas as emissoras de destaque do país e eu tive o privilégio de ser âncora das transmissões”, relata.
Outro homenageado foi o primeiro cantor da emissora, Fernando Lopes. Ele chegou à emissora em 1959 e trabalhou como cantor e ator em radionovelas. Como sempre preferiu cantar em espanhol, ele conta que ganhou popularidade nos shows para inaugurar transmissores e rádios na Região Norte do país - onde as rádios ouvidas pela população eram as de países vizinhos cuja língua era o espanhol.
"Era aí que eu me dava bem, porque a maioria daquelas pessoas falava em portunhol. Eu sou o único crioulo no Brasil que não sabe cantar samba (risos). Eu chegava cantando em espanhol, naquela região, pronto: virei um semi-deus!", brinca.
Cinquentenária, a Rádio Nacional de Brasília passará, em breve, por mudanças – assim como todos os veículos da Radiobrás, que está em processo de incorporação pela EBC – Empresa Brasil de Comunicação. A informação é do superintendente de Rádio da EBC, Orlando Guilhon.
“Nós não estamos inventando a comunicação pública, o que significa olhar com muito carinho para aquilo que se fez no passado e se faz hoje. Ao mesmo tempo, há o desafio de olhar para o futuro e reinventar um pouco essa roda, ousar fazer mais e melhor aquilo que já é feito. Certamente haverá mudanças, mas não muito drásticas, serão ajustes”, conta.
Guilhon justifica que a EBC, hoje, tem três rádios em Brasília e mais três no Rio de Janeiro. “Isso significa que, se nós não quisermos dar um tiro no pé e oferecer ao ouvinte rádios muito parecidas, teremos que buscar uma segmentação de público e, consequentemente, uma segmentação da programação, para que sejam complementares”, detalha.
Ele salientou, no entanto, que todo o processo deve ser conduzido com a participação do público, dos funcionários e da sociedade civil organizada. A mesma perspectiva é traçada pela presidente da EBC, Tereza Cruvinel.
“Nós estamos celebrando essa data [os 50 anos da Rádio Nacional de Brasília] no momento em que, na comunicação, queremos criar um sistema mais plural e que incorpore na sociedade um sistema público de comunicação, que seja também dela. E é assim que eu imagino a Rádio Nacional no futuro”, aponta.

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