E' stata una lunghissima guerra civile, seguita a tredici anni di guerra di indipendenza dal Portogallo, quella tra UNITA e MPLA, le due fazioni indipendentiste angolane. Alla fine, forse, l'MPLA ebbe la meglio. MPLA, FNLA e UNITA (fondata nel 1966 da una costola dell'MPLA e originariamente di tendenze maoiste) firmarono il trattato di indipendenza con i portoghesi freschi reduci della Rivoluzione dei Garofani. Ma immediatamente MPLA e UNITA iniziarono a combattere tra loro. Lo hanno fatto dal 1975 al 2002, quando dopo la morte del fondatore Jonas Savimbi, ucciso dalle forze governative, seguita dopo pochi giorni dalla morte per diabete del suo vicepresidente Antonio Dembo, UNITA si trasformò in un partito di opposizione accettando le regole democratiche.
Una di queste regole riguardava la mitica stazione radio Voz a Resistencia Galo Negro, meglio nota come VORGAN (su questa pagina trovate un paio di registrazioni storiche). Nei ventisette anni di guerra le stazioni radio avevano avuto un ruolo importante nel fomentare e otivare gli scontri. La rivista International Journal of Cultural Studies di Stanford ha pubblicato anni fa un articolo dal titolo eloquente: "The laboratory of hate: The role of clandestine radio in the Angolan War" (peccato che il testo non sia public domain). VORGAN cessa di trasmettere il primo di aprile 1998 in base a un accordo per cui l'emittente sarebbe stata legalizzata e trasformata in una stazione commerciale. Ma anche questo processo è durato quasi dieci anni. Solo nel febbraio del 2007 UNITA è riuscita ad accendere Radio Despertar (risveglio) dalle ceneri di VORGAN. Questo è il reportage del 3 gennaio 2007 su Angonoticias che annuncia le prime trasmissioni:
Una di queste regole riguardava la mitica stazione radio Voz a Resistencia Galo Negro, meglio nota come VORGAN (su questa pagina trovate un paio di registrazioni storiche). Nei ventisette anni di guerra le stazioni radio avevano avuto un ruolo importante nel fomentare e otivare gli scontri. La rivista International Journal of Cultural Studies di Stanford ha pubblicato anni fa un articolo dal titolo eloquente: "The laboratory of hate: The role of clandestine radio in the Angolan War" (peccato che il testo non sia public domain). VORGAN cessa di trasmettere il primo di aprile 1998 in base a un accordo per cui l'emittente sarebbe stata legalizzata e trasformata in una stazione commerciale. Ma anche questo processo è durato quasi dieci anni. Solo nel febbraio del 2007 UNITA è riuscita ad accendere Radio Despertar (risveglio) dalle ceneri di VORGAN. Questo è il reportage del 3 gennaio 2007 su Angonoticias che annuncia le prime trasmissioni:
«Rádio Despertar» em emissão experimentalPurtroppo i germi di una guerra durata oltre un quarto di secolo non si debellano così facilmente e qualche giorno fa il governo angolano ha fatto sapere, come riferisce RTP, di essere molto deluso dalla linea editoriale di Radio Despertar, accusata di fare propaganda nascosta invece di musica e notizie.
(VOA)
A «Rádio Despertar» começou a sua emissão experimental, depois de um longo processo de formalização. Segundo à VOA, as emissões normais poderão iniciar a qualquer altura, estando neste momento a procederem-se os testes finais.
Adistrita à UNITA, por força dos acordos de paz com o governo, a «Rádio Despertar» terá os seus estúdios centrais em Viana, arredores de Luanda, mas terá um outro no centro da cidade.
A nova emissora passará a emitir em 91.00 FM e terá como director Alexandre Neto, um antigo profissional da comunicação social e deputado pela bancada parlamentar da UNITA.
Alexandre Neto (na foto),disse que um dos maiores desafios da rádio será conquistar o auditório, e para tal terá de apostar em quadros capazes.
«Pensamos conquistar o auditório à nível da cidade de Luanda, por enquanto, e para tal, precisamos de quadros competentes. Por isso, o processo de selecção de quadros obedecerá os critérios universais, ou seja será por concurso público. É por aí que pensamos resolver esta componente fundamental para um bom arranque»
Alexandre Neto acha que a dispersão das estruturas da rádio não vai ter qualquer influência negativa no seu funcionamento.
«Sabe que a tecnologia hoje permite fazer a ligação de vários pontos e esta dispersão não vai constituir nenhuma dificuldade. Estaremos naturalmente a repartir o centro da cidade com a periferia e os meios tecnológicos actuais permitem encurtar a distância. Procuraremos tirar o máximo de utilidade de uma posição e de outra».
Jornalista de carreira e licenciado em economia pela Universidade Agostinho Neto, Alexandre Neto ingressou nas lides jornalísticas em 1984, pela emissora provincial do Huambo.
Entretanto, a legislação angolana não permite que os partidos políticos sejam detentores de estações de rádio. Para contornar esta situação foi criada uma academia politécnica integrada por elementos com fortes ligações à UNITA e que se encarregará pela sua gestão.
Angola: MPLA acusa "Rádio Despertar" de incumprimento de linha editorialLe reazioni non si sono fatte attendere. Il portavoce dell'UNITA Adalberto da Costa Júnior, sempre secondo Angonoticias, definisce le accuse del governo come un esempio di "carenza di democrazia"
Luanda, 12 Mar (Lusa) - O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) acusou hoje a "Rádio Despertar" de não cumprir a sua linha editorial, referindo que a mesma se tem pautado por um "pendor mais político ligado à UNITA do que comercial".
Em declarações à Agência Lusa o secretário para Informação do MPLA, Norberto dos Santos "Kuata-Kanaua", afirmou que a questão foi apresentada quarta-feira na reunião do Mecanismo Bilateral de Concertação entre Governo e a UNITA.
Norberto dos Santos, que considera a situação "grave", refere que a "Rádio Despertar" não pode fazer actividade política, enquanto foi licenciada como emissora comercial.
"Se nós respondermos pela mesma letra poderemos criar uma situação que não interessa muito aos angolanos", salientou "Kuata-Kanaua".
O dirigente do MPLA, partido no poder, que se escusou a exemplificar a atitude política assumida pela emissora disse que o assunto será discutido durante um encontro com o conselho de administração da referida rádio, a quem promete apresentar vários exemplos.
"Esta será uma primeira abordagem desta questão e depois, caso não se resolva, iremos levar o assunto à consideração do Ministério da Comunicação Social e do Conselho Nacional de Comunicação Social", frisou.
Contactado pela Lusa, o secretário para a Comunicação e Marketing da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, refutou as acusações afirmando que a "Rádio Despertar" assume-se como um "verdadeiro Parlamento, onde os ouvintes sem distinção de qualquer espécie expõem os seus problemas e isso não tem agradado ao partido no poder".
"Essa acusação não colhe porque a Rádio Despertar trouxe uma mais-valia na informação pública, com visões de todos os partidos, até do próprio MPLA, o que não acontece com os demais órgãos de informação públicos, como a Rádio Nacional de Angola que privilegia o partido no poder", disse Adalberto da Costa Júnior.
Segundo este político, "mesmo dentro do MPLA têm surgido vozes que aplaudem a postura desta rádio e essa reclamação é própria de quem não está habituado ao pluralismo na informação, pois vivemos ainda num Estado partidário".
Já o editor-chefe da "Rádio Despertar", José Ernesto, disse à Lusa que "não têm razão de ser as críticas proferidas pelo secretário para a Informação do MPLA, pois estão desprovidas de qualquer fundamento".
"O que acontece é que as pessoas com opiniões críticas ao Governo encontram nesta emissora e não na oficial espaço para exprimirem os seus pontos de vista e geralmente nós também ouvimos a voz dos governantes, mas estes normalmente nunca estão disponíveis", afirmou José Ernesto.
A "Rádio Despertar" é uma estação emissora comercial angolana criada ao abrigo dos acordos de paz em Angola, em substituição da extinta "Voz da Resistência do Galo Negro", antiga rádio da UNITA.
Rádio Despertar instala «guerra» de ondas entre MPLA e UNITAE l'altroieri è stata la volta di Alexandre Neto Solombe, direttore della stazione, che ha rilanciato la protesta ufficiale del partito di opposizione.
(MutiPress)
A troca de acusações entre o Governo e UNITA por causa da Rádio Despertar teve esta quinta-feira um novo elemento com o porta-voz do Governo no Mecanismo Bilateral de consulta a advertir que se aquela estação de rádio não mudar a sua linha editorial, será apresentada queixa junto dos organismos competentes.
A UNITA, na pessoa do seu porta-voz, Adalberto da Costa Júnior qualificou quarta-feira última de «falta de cultura democrática» a preocupação do executivo em relação aos programas da Rádio Despertar.
Mas para o Governo, alguns programas daquela estação de rádio são de propaganda «a favor de um partido político» o que, segundo Norberto dos Santos «Kwata-Kanawa» (na foto), contraria o seu objecto social.
«Os acordos referem-se à transformação da VORGAN em rádio comercial e não rádio do partido. Dois cidadãos subscreveram o pedido desta rádio. O Protocolo de Lusaka não iria fazer uma coisa contrária à Lei da República de Angola. O raio de acção é de até 50 quilómetros e a Lei não pode ser para um e não para outros».
Kwata-Kanawa» disse que o Governo pondera notificar o Ministério da Comunicação Social, o Conselho Nacional de Comunicação Social e o Instituto Nacional das Telecomunicações.
O dirigente do MPLA não diz se este expediente pode desembocar no encerramento daquela emissora, mas denuncia também que ela passou a emitir fora do espaço permitido por lei.
Segundo Kanawa, «o raio de cobertura desta rádio passou para além dos 50 quilómetros e ouve-se no Kuanza-Norte, no Dondo e nas áreas de Nambuangongo que está acima dos 50 quilómetros».
Para o porta-voz da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, afirmou, entretanto, ser surpreendente e estranha a atitude do Governo já que «a Rádio Despertar emana do Protocolo de Lusaka, com um alvará comercial».
O dirigente do partido do «Galo Negro» diz não fazer sentido esta interferência do partido MPLA na linha editorial daquela rádio «por não se tratar de uma estação pública.»
Para Adalberto Júnior a Rádio Despertar funciona em Luanda «e os seus programas têm sido aplaudidos mesmo por dirigentes do MPLA»
As observações do Governo se referem em particular ao programa «Parlamento Público», que para a UNITA se destina a auscultação de opiniões dos cidadãos sobre temas de interesse para o país.
Adalberto Júnior disse que o que preocupa o MPLA é o tratamento imparcial das notícias, valor a que, alegadamente, os órgãos tutelados pelo Estado não permitidos a respeitar.
Rádio Despertar acusa MPLA de querer interferir na programação LusaSperando che la situazione non degeneri, continueremo a seguire la discussione. Radio Despertar trasmette a Luanda su 91 MHz ma ancora non ho trovato un sito Web, su questa pagina della fondazione Community Media for Development ho trovato una interessante scheda dell'emittente con tre programmi andati recentemente in onda.
(Lusa)
A "Rádio Despertar" acusou hoje o secretário para a Informação do MPLA, Norberto dos Santos "Kwata-Kanaua", de pretender interferir na linha editorial da estação, uma situação que considerou "absurda".
Em declarações à Agência Lusa, o director desta estação emissora, Alexandre Neto Solombe (na foto), afirmou não perceber que um partido político tenha necessidade de se reunir com a direcção da rádio para analisar a sua linha editorial.
Para Alexandre Solombe, não é da "competência" do secretário para a Informação do MPLA, partido no poder, questionar a rádio sobre assuntos relativos à sua programação.
O director da "Rádio Despertar" reagia às acusações do secretário para a Informação do MPLA, segundo as quais a emissora estaria a fazer política a favor dos partidos da oposição angolana e não a assumir-se como uma estação comercial, razão pela qual foi criada.
Na altura, Norberto dos Santos manifestou a intenção de se reunir com a direcção da rádio para analisar a situação.
Por seu lado, o director da emissora afirmou ter enviado uma carta ao secretário do MPLA a solicitar "argumentos técnicos" para questionar a rádio.
"A projecção do sinal da Rádio Despertar é que está a preocupar, porque embora emita em Frequência Modulada, devendo apenas ouvir-se em Luanda, as suas ondas sonoras chegam a atingir cantos mais longínquos do país", referiu Alexandre Solombe.
A rádio já foi inspeccionada pelo Instituto Nacional de Comunicações (INACOM) no sentido de avaliar o alcance do sinal, uma iniciativa que o director da rádio considera ter sido desencadeada por um "órgão político".
"Acho caricato que um partido político entenda discutir com a direcção de uma rádio aspectos que dizem respeito à programação", frisou.
Alexandre Solombe afirmou que neste momento a Rádio Despertar é a mais ouvida em Luanda, de acordo com uma sondagem feita pela rádio britânica BBC, que tem escritórios na capital angolana.
"Isto incomoda e pode também pôr em evidência o carácter dos regimes ditatoriais. Significa que estamos ainda numa democracia muito ténue", comentou.
Nos últimos tempos, a "Rádio Despertar" tem inserido na sua programação debates públicos directos, em que os ouvintes criticam sistematicamente as autoridades, pondo em causa o seu desempenho, face às carências sentidas pelas populações.
À pergunta se a rádio está ligada à UNITA, Alexandre Solombe preferiu questionar se os angolanos simpatizantes da UNITA não podem constituir uma sociedade comercial que inscreva uma estação emissora e que respeite as leis do país.
Em funcionamento desde 2006, a "Rádio Despertar" substituiu a antiga Voz da Resistência do Galo Negro, emissora da UNITA, está instalada em Viana, nos arredores de Luanda, contando com 15 profissionais e 18 horas de emissão diária.
Da sua grelha de programação constam espaços informativos, de entretenimento, cultura e desporto. A Rádio Despertar possui correspondentes em Cabinda, Uíge, Benguela e Huíla.
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