24 ottobre 2009

Riattivazione nelle tropicali: bentornata Radio Cultura

«RP ha raccontato, negli ultimi mesi, di troppi spegnimenti,» mi scrive Christian stamattina. «Perché non dire di una riattivazione? Ed una vera... la stazione arriva. Nel file registrato stamane, a 5045khz, alle 05.54 GMT [un] programma di musica non stop».

Per la precisione si tratta di Radio Cultura Ondas Tropicais da Belèm, stato di Parà, su 5.045 kHz. Riattivata da poche settimane, dopo 11 anni di silenzio, grazie a un rifinanziamento pubblico. Questo blog è nato essenzialmente dalla mia passione per l'ascolto delle stazioni radio lontane. In questi quattro anni - il primo dei circa 2.600 post risale al 21 ottobre 2005 - credo sia diventato molto altro, le mie condizioni al contorno non mi permettono di ascoltare la radio che vorrei, ma quella passione, apparentemente sopita, cova ancora e coverà sempre. E' troppo grande il fascino misterioso di quelle voci evanescenti in mezzo ai rumori che potete avvertire nella pur cristallina registrazione di Chris.
L'altro giorno guardavo un aggiornamento di una lista delle stazioni che trasmettono ancora nelle bande tropicali, tra i 2.300 e i 5.700 kHz. Cinque paginette con le poche sopravvissute, quasi tutte russo-asiatiche, di centinaia di stazioni cui con tanti amici eravamo abituati a dare la caccia tra anni settanta e ottanta. In questo anno marconiano la capacità dei segnali compresi tra determinate frequenze dello spettro di viaggiare così lontano dovrebbe essere un argomento molto in auge. L'ostinazione con cui Marconi perseguì l'obiettivo della comunicazione transatlantica senza conoscere nulla dei meccanismi propagativi ionosferici e senza disporre di alcun apparato teoretico per il calcolo delle antenne, fu forse uno degli aspetti più peculiari di questo inventore. Eppure ne parlano in pochi.
Anche per festeggiare il quarto compleanno di questo diario accolgo volentieri l'invito di Chris e sono contento di parlare, per una volta, di una riapertura, oltretutto di una stazione che può tranquillamente arrivare anche da noi. Peccato che un segnale riapparso non faccia ormai altro che evidenziare il vuoto di una porzione dello spettro quasi totalmente abbandonata.
In ogni caso ecco la cronaca della riapertura di Radio Cultura OT dalle pagine di Jornal Web

Rádio Cultura Ondas Tropicais é reinaugurada após 11 anos de silêncio

Nesta terça-feira (6), veículo de comunicação voltou ao ar depois de passar mais de uma década desativado


07/10/2009

Por Carlos Henrique Gondim

O Estado do Pará viveu um momento histórico nesta terça-feira (6). Depois de 11 anos fora do ar, a Rádio Cultura Ondas Tropicais voltou a levar o seu sinal para os municípios mais distantes do estado. A rádio foi inaugurada em meio a uma cerimônia que contou com a presença da governadora Ana Júlia Carepa, do secretário de comunicação, Paulo Roberto Ferreira, e da presidente da Funtelpa, Regina Lima, entre outras autoridades.
Inaugurada em 1977, a Rádio Cultura OT é um importante instrumento de comunicação para o interior do estado, já que as Ondas Tropicais têm uma capacidade de expansão muito maior do que as FMs (ondas curtas) e Mas (ondas médias). A rádio foi desativada em abril de 1998 e se manteve em silêncio por mais de uma década, até que uma parceria entre a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) possibilitasse a reativação do veículo.
“Para um Estado de dimensões continentais, como o Pará, uma rádio como essa tem uma importância fantástica. Vamos conseguir levar comunicação, notícias relevantes para os municípios e uma programação musical de qualidade. A população tem o direito de saber o que está acontecendo no Estado. A informação é um direito do cidadão”, defendeu a governadora Ana Júlia Carepa, em seu discurso.
A governadora ressalta que os equipamentos adquiridos para a Rádio Cultura OT já estão prontos para receber o sinal digital, assim que iniciarem as transmissões através deste novo sistema. “Nossos transmissores estão preparados para o sinal digital e teremos uma transmissão de altíssima qualidade, assim que o sistema for aprovado pelo Ministério das Comunicações”, completou Ana Júlia.
De acordo com a Regina Lima, presidente da Funtelpa, a reativação da Rádio Cultura OT tem um enorme significado para os paraenses que moram nas localidades mais distantes do estado. “É papel da rádio pública chegar aos lugares onde as emissoras comerciais não chegam. Comunicação é um direito do cidadão e é obrigação do estado chegar até lá, assim como ele faz com saúde, com educação”, considera Regina Lima.
Em seu discurso, Regina Lima, eleita recentemente presidente da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec), lembrou que quando trabalhou pela primeira vez na Funtelpa, era funcionária da Rádio Cultura OT. “Para mim, a retomada da OT é uma emoção muito grande. Quando trabalhei na Rádio Cultura, eu trabalhava exatamente fazendo conteúdo para a OT. Quando a gente elaborou o projeto que a gente denominou de Reestruturação da Funtelpa, a gente decidiu rastrear em que pé ficou a OT e decidiu retomá-la”, lembra a presidente.
A reativação da Rádio Cultura OT representa um investimento de quase R$ 1,2 milhão, com recursos oriundos do Governo do Estado e de uma parceria estabelecida entre a Funtelpa e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Como contrapartida, a EBC poderá utilizar oito horas da grade de programação da Cultura OT. Luciana Couto, da Rádio Nacional da Amazônia, falou em nome da EBC:
“É com muito orgulho que a EBC comemora essa parceria com a Funtelpa, que possibilitou a reativação da Rádio Cultura OT. Um dos diferenciais do rádio é alcançar populações que vivem em municípios distantes, carentes de infraestrutura básica, inclusive de informação, e não possuem outro meio de comunicação, a não ser o rádio”, enfatizou a representante da EBC. “Ao firmarem esta parceria, a Funtelpa e a EBC confirmam o papel social de levar cidadania por meio da informação à população brasileira. Aqui, mais especificamente, à população paraense e à população da Amazônia, aos ribeirinhos, aos quilombolas, aos extrativistas, aos pescadores”, completou.
Para o diretor da Rádio Cultura, Antônio Carlos de Jesus dos Santos, a retomada da OT significa o resgate de um bem público, imaterial. “Estamos recuperando um bem público. Na atual estrutura, há uma dificuldade enorme para conseguir a concessão de canais de rádio e televisão. Abrir mão de um canal que se comunica com a população é abrir mão de um bem, que não é material, é imaterial. E este bem estava desprezado”, lembra o diretor.
Segundo o diretor da rádio, mesmo com o advento da internet e da televisão via satélite, o rádio continua tendo uma importância crucial na Amazônia. “O rádio é, ainda hoje, e vai continuar sendo por muito tempo, o instrumento mais ouvido na região amazônica. O rádio ainda é o meio de comunicação referencial para que as pessoas saibam o que está acontecendo na capital e nas outras regiões do estado. E ainda hoje, na Amazônia, não há outra modalidade de rádio que se relacione tão bem com a floresta que não sejam as OTs. Em determinado momento, a floresta impede a propagação do sinal das AMs e FMs. A OT não sofre esse tipo de impedimento”, explica Antônio Carlos.
A Rádio Cultura Ondas Tropicais pode ser ouvida na frequência 5045 KHz. Inicialmente, são veiculados dois programas: “Nas Ondas do Rádio”, das 16h às 18h; e “Acorda, Pará”, das 6h às 8h da manhã.

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